domingo, 22 de outubro de 2017

A esperança
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Há dias que temos a impressão de que chegamos no fim do caminho. 

Olhamos para frente e não vislumbramos mais saída. Não há uma luz no fim do túnel, e não há também nenhuma possibilidade de volta.

Parece que todos os nossos projetos, nossos objetivos, foram levados para bem distante, e estamos sem possibilidade de alcançá-los.

Parece mesmo que o outono da existência fez com que secassem as nossas esperanças e o vento forte do inverno varresse das nossas mãos todos os sonhos acalentados.

A morte vem e arrebata os afetos da nossa alma deixando-nos o coração dilacerado.

Sentimo-nos perdidos. Não sabemos que rumo tomar. Ficamos atônitos.

Sentimo-nos como uma árvore 

ressecada, 

sem folhas, sem brilho, sem motivo para viver. É a desesperança.

De repente, como acontece com a natureza, a primavera muda toda a paisagem. As árvores secas enchem-se de brotos verdes, e logo estão cobertas de folhas e flores.

O tom acinzentado cede lugar às cores verdes de tonalidades mil. É a esperança.

Os entes caros, que nos antecederam na viagem de retorno à Pátria Espiritual, um dia estarão novamente junto aos nossos corações saudosos, num abraço de carinho e afeição.

Tudo em a natureza volta a sorrir. A relva verde fica bordada de flores de variados matizes, as borboletas 


bailam no ar, os pássaros 


brindam-nos com suas sinfonias harmoniosas. 
Tudo é vida.

Assim, quando a chama da esperança reacende em nosso íntimo, nossos sonhos desfeitos são substituídos por outros anseios. Nossos objetivos se modificam e o entusiasmo nos invade a alma.

Jesus, o Sublime Galileu, falou-nos da esperança no Sermão da Montanha, com o suave canto das bem-aventuranças.

Exemplificou-a nos Seus ditos e feitos. Enfim, toda Sua mensagem é de esperança.

Se formos visitados por qualquer dissabor e o desespero nos tomar de assalto, busquemos o nosso Amigo Maior, Jesus Cristo, através da oração.

Predispondo-nos pela prece, a ajuda chegará certamente, como suave bálsamo a penetrar nas fibras mais íntimas do nosso ser, dando-nos alento e tranquilidade.

Se a desesperança acercar-se de nós, lembremos o Amigo Celeste a nos dizer: Meu fardo é leve, meu jugo é suave.

Se Seu jugo é suave, por que não O aceitamos?

Se Seu fardo é leve por que não O conduzimos?

Consideremos que o rigor do inverno pode ser o resultado da nossa falta de cuidado, submetendo-nos ao jugo da mentira, da ambição desmedida, do pessimismo, das queixas sem fim...

Ou talvez a desesperança resulte da nossa própria insensatez, carregando o pesado fardo dos prazeres inferiores, do orgulho, do egoísmo, da ganância, dos vícios de toda ordem, e de outros tantos fardos inúteis que nos sobrecarregam os ombros destroçando-nos as forças.

Dessa forma, em qualquer circunstância, deixemos que a esperança nos invada a alma, confiantes em Deus, que sempre nos dá oportunidades novas para refazermos caminhos, buscando a nossa redenção.

A esperança deve ser uma constante em nossas vidas.

Esperança de melhores dias;

esperança de realizações superiores;

esperança de paz.